Abaixo está representada a famosa obra A Traição das Imagens do artista René Magritte, cuja inscrição em francês diz: “Este não é um cachimbo”.
Fonte: https://c1.staticflickr.com/1/26/30818007244_194c1b4956_b.jpg
Sobre sua obra, Magritte disse certa vez:
E, entretanto... Vocês podem encher de fumo o meu cachimbo?
Não, não é mesmo?
Ele é apenas uma representação.
E, entretanto... Vocês podem encher de fumo o meu cachimbo?
Não, não é mesmo?
Ele é apenas uma representação.
Magritte e suas muitas linguagens
Magritte foi um artista contestador e instigante. Suas obras foram marcadas por uso de objetos comuns com significados diversos a sua funcionalidade o que intrigou muitos
Através das obras deste artista podemos ver que foram utilizadas modalidades para construir significados e inculcar aqueles que querem se apropriar delas.
A primeira delas foi a pintura , com inovações formais, como a utilização de frases em um quadro, e a pintura de um objeto solto no ar, sem qualquer suporte. Estes artifícios, embora possam não ter sido inventados com este quadro, não eram muito comuns. O primeiro método faz uma fusão de palavra e imagem, na pintura; o segundo direciona totalmente a atenção do observador – que poderia se dispersar se na pintura houvesse, digamos, uma mesa como suporte ao cachimbo, um cinzeiro etc.
Contudo, a fama da obra não decorre propriamente destas particularidades da forma, e sim dos questionamentos gerados pelo conteúdo.
O que é o quadro de Magritte? Há um cachimbo. E uma frase: “Ceci n’est pas une pipe.”. Uma frase que contradiz o que o olho enxerga. “Isto não é um cachimbo.” – como não?
Uma das possíveis respostas vem do próprio título da obra, que, na verdade, não é “Ceci n’est pas une pipe.”, nome pelo qual ficou famosa, mas sim “La trahison des images”, isto é, “A traição das imagens”. O que vemos não é um cachimbo real, mas uma representação de um cachimbo. A imagem é só um signo, um símbolo, e não “a coisa em si”.
Totalmente metafórico, Magritte, utilizou de sua engenhosidade e criatividade e de todas as formas de linguagens artísticas para promover suas ideias. Representante do surrealismo trabalhava com a fronteira entre o real e o impossível.
A frase colocada pelo autor de forma proposital, com a intensão provocativa, realmente conseguiu atingir seus objetivos. Se pensarmos com cuidado o pintor nos coloca frente ao óbvio, estamos vendo uma representação e não um objeto.
Neste jogo, empregado pelo autor das pinturas, acreditamos realmente que a figura representada , não é real.
Esta linguagem artística empregada possibilita desenvolvimento de percepções estéticas, sensíveis aos inúmeros significados que o mundo e nos oportuniza refletirmos sobre as reproduções humanas diversas a que fazemos parte.
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